10 artigos sobre raça, comunicação, tecnologia e política

Apesar das incertezas de 2020, a publicação de artigos científicos foi uma das poucas instituições funcionando corretamente, rs. Segue abaixo uma lista com 10 artigos sobre raça, comunicação, tecnologia e política.

1: Visão computacional e racismo algorítmico: branquitude e opacidade no aprendizado de máquina de Tarcízio Silva.

2: Geopolitics of Power and Knowledge in the COVID-19 Pandemic: Decolonial Reflections on a Global Crisis de Sabelo J. Ndlovu-Gatsheni.

3: Raça e Racismo nos estudos em Economia Política da Comunicação: da resistência à construção de uma agenda de pesquisa de Ivonete Silva Lopes e Paulo Victor Melo.

4: Elites tecnológicas, meritocracia e mitos pós raciais no Vale do Silício uma tradução de Safiya Umoja Noble e Sarah T. Roberts.

5: From Rationality to Relationality: Ubuntu as an Ethical and Human Rights Framework for Artificial Intelligence Governance de Sabelo Mhlambi.

6: O velho Cadillac: raça, nação e supremacia branca na era Trump do Professor Flávio Thales Ribeiro Francisco.

7: O racial é propriamente comunicacional de Pâmela Guimarães-Silva.

8: As funções sociais do espaço de ensino para estudantes negros bolsistas em escolas particulares: uma análise de Malhação: Viva a diferença de Olívia Pilar.

9: Gênero e raça na comunicação de marcas: A dimensão política do consumo sob uma perspectiva interseccional de Pablo Moreno Fernandes Viana e Dalila Maria Musa Belmiro.

10: Nós, as economistas políticas da comunicação – um conto de sub-representações e apagamentos em busca de um final feliz no reino encantado da EPC brasileira de Sil Bahia, Marcia M. S. Gonçalves, Janaine Aires, Chalini Barros, Suzy dos Santos e Luanda Schramm.


Extra: Negras in tech: apropriação de tecnologias por mulheres negras como estratégias de resistência de Dulcilei Lima e Taís Oliveira.

Entender a história, refletir no presente e planejar o futuro

Para contextualizar, a nossa primeira pauta com foco em diversidade foi a série EnegreceR[P]que aconteceu durante o novembro negro de 2015. Nesta ação, convidamos vários profissionais e estudantes negros das relações públicas para contar suas experiências, inquietações, questionamentos, trajetórias, desejos e anseios em relação ao ambiente acadêmico e ao mercado de trabalho.

Bom, vamos ao tema proposto para debate no Encontro Regional de Estudantes de Relações Públicas – 2016: Diversidade nas Organizações. A diversidade é um conceito possível de abordar a partir de múltiplos ângulos. Desde a dimensão cultural, religiosa, regional, de grupos específicos, de opiniões e assim por diante. Como dizem “vamos começar do começo”. O primeiro passo é definir o conceito de diversidade que, segundo o Dicionário Michaelis, trata-se da 1 Qualidade daquele ou daquilo que é diverso. 2 Diferença, dessemelhança: Diversidade de interpretações. 3 Variedade: Diversidade de dons.

A partir disso, vale perguntar: por que quem é considerado pertencente a um grupo de diversidade é diversidade? Por que é “diferente” e quem determinou o que é “normal”? Estando aí a diversidade, cabe a nós pensar a respeito e compreendê-la pressupõe observar, interpretar e respeitar as concepções de mundo e as vivências dos tantos grupos que compõem a sociedade. Grupos que se posicionam a partir dos hábitos adquiridos em sua cultura. Para Clifford Geertz (1989), o conceito de cultura é:

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Mulheres da comunicação e das relações públicas

Em geral, eu tenho muito medo de fazer lista, porque a gente nunca conhece todo mundo do mercado e sempre ficam bons nomes de fora. Mas neste oito de março decidi fazer uma lista de mulheres da comunicação e das relações públicas que eu tenho admirado no atual contexto. Seja por seus projetos, posicionamentos, liderança, trajetória, etc.

No que se refere à ações de comunicação, sempre vemos uma série de barbáries, geralmente por falta de conhecimento do que representa a própria data e ao que é ser mulher na sociedade. O oito de março não é uma data para comemorar ou dar flores. É uma data para pensarmos, questionarmos e provocarmos sobre onde estamos enquanto seres subjugados na sociedade, aqui sobretudo no mercado de trabalho e na academia. Temos que refletir sobre onde podemos (e devemos) chegar e como fazer tudo acontecer.

Nesta lista terão professoras, estudantes, empreendedoras, pensadoras e outras tantas mulheres que fazem coisas incríveis no que cada uma se propõe durante todo o ano e que, sem dúvida, somam na construção de um contexto mais próximo do ideal.  😉  Continue lendo

EnegreceR[P] – Precisamos falar do público negro

Desde 2008, quando iniciei a graduação, e mais especificamente em 2009, quando decidimos ter um blog sobre relações públicas, nunca vi nenhuma ação, debate ou evento no Novembro Negro ou em qualquer outro período do ano que abordasse a questão dos profissionais e estudantes negros das relações públicas (se tiver algum que passou batido, me avisem, por favor). Pela primeira vez, em seis anos de Versátil RP, vamos enegrecer esse espaço.

As motivações são muitas, a começar pela minha úlcera que ataca cada vez que leio ou vejo os colegas definindo apontamentos racistas como “mimimi” e “vitimismo”. Sempre me pergunto qual a utilidade dos dois anos de base humanística da Comunicação Social para um “profissional” ter uma concepção tão simplória de uma questão profunda e estrutural. Além dessa motivação, em 2014 um colega RP me chamou inbox no Facebook para contar uma situação racista que ele tinha passado e isso me fez repensar muitas situações. Outro ponto este ano participei de um processo seletivo em uma empresa X, nos dias que estive lá fiz o famoso “teste do pescoço” e não vi um negro nos departamentos administrativos e de comunicação, além de eu ser a única negra participando da seleção e, mesmo com todos os pré-requisitos, não fui sequer notificada sobre o fim do processo seletivo (concluam vocês).

Juntando tudo isso, íamos aplicar uma pesquisa para mapear e entender esse público – os profissionais e estudantes negros das relações públicas. Porém, seria algo complexo e que não estávamos totalmente preparados por se tratar de um nicho muito específico, além do nosso cronograma estar bem cheio. Logo, optamos por propor essa provocação ao mercado, aos colegas, às entidades de classe e às universidades no mês da consciência negra, e quem sabe no próximo ano podemos até pensar juntos ações para abordar essa temática? Continue lendo