Em 08 de outubro de 2024 tive a honra de compor mesa no ‘Seminário Divulgação e Educação Científica: Caminhos para Inclusão, Equidade Racial e de Gênero’, organizado pela Fio Cruz Bahia e realizado no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador/BA.
Como de costume, disponibilizo abaixo minha apresentação com as referências utilizadas para a conversa sobre ‘Iniciativas independentes de divulgação científica: o caso do Movimento hashtag #CiteMulheresNegras‘.
Iniciei minha fala com exemplos de iniciativas de mulheres negras para o compartilhamento de conhecimento a partir do artigo da Pâmela Guimarães-Silva sobre como Sueli Carneiro foi inovadora nos anos 90 e início dos anos 2000, e do movimento de traduções coletivas de e por feministas negras que a Dulci Lima discute em sua tese de doutoramento.
Também trago a problemática da representação única de grupos sociais plurais e múltiplos, como a população indígena e negra. Contei como nasceu o movimento hashtag #CiteBlackWomen, como ocorreu o intercâmbio de mulheres negras norte americanas e brasileiras e o papel das redes sociais, sobretudo o nosso querido finado Twitter do antigo testamento, para a popularização da hashtag hashtag #CiteMulheresNegras.
Trago exemplos de movimentações recentes das iniciativas privada e pública, principalmente para ressaltar a importância de políticas públicas de popularização das ciências não hegemônicas e do conhecimento popular vindo de povos tradicionais de matiz africana e povos originários. E também um convite à reflexão sobre políticas de governo, que são louváveis e importantes, obviamente, mas que podem sofrer desmanche dependendo do governo que seguir nas próximas eleições.
Por fim problematizo a lógica da produtividade acadêmica, as falcatruas do mercado de citações e as disparidades sociais que impactam a circulação de saberes de pessoas demarcadas com a desigualdade social e racial da academia brasileira.
Toda oportunidade de falar é também um exercício de aprendizado e eu sou muito grata pela oportunidade. Quem quiser assistir, o seminário está disponível no canal do Instituto Anísio Teixeira no Youtube.