Livro: Estudando Cultura e Comunicação com Mídias Sociais

O IBPAD acaba de lançar o livro ‘Estudando Cultura e Comunicação com Mídias Sociais’. A obra – disponível para download gratuito –  conta com 20 capítulos que abordam temas em quatro eixos: Métodos, Identidades, Política e Mercado da Comunicação.

Tive o grande prazer de colaborar com o capítulo ‘Redes Sociais na Internet, Narrativas e a Economia Étnica: breve estudo sobre a Feira Cultural Preta’ onde faço uma análise do conteúdo e da rede formada a partir da página da Feira Preta e a relação dos aspectos observados com a teoria da economia étnica. Baixe gratuitamente.

Como citar:

Livro: SILVA, Tarcízio; BUCKSTEGGE, Jaqueline; ROGEDO, Pedro (orgs.). Estudando Cultura e Comunicação com Mídias Sociais. Brasília: Editora IBPAD, 2018.

Capítulo: OLIVEIRA, Taís. Redes Sociais na Internet, Narrativas e a Economia Étnica: breve estudo sobre a Feira Cultural Preta. In: SILVA, Tarcízio; BUCKSTEGGE, Jaqueline; ROGEDO, Pedro (orgs.). Estudando Cultura e Comunicação com Mídias Sociais. Brasília: Editora IBPAD, 2018.

Práticas em Mídias Sociais na Etec Cepam

Nos meses de junho e julho tive o prazer de ministrar as aulas de planejamento de comunicação no curso Práticas em Mídias Sociais na Etec Cepam Gestão Pública. Esse curso se enquadra na modalidade de Formação Inicial e Continuada, ou seja, preferencialmente para iniciantes na área de mídias sociais. Outro ponto interessante é que a Etec Cepam tem foco em governo e terceiro setor, então todos os cursos são pensados a partir dessa temática.

Ao todo foram 160 horas/aula divididas em dois módulos: o de ferramentas e o de planejamento. Ambos orientados a um projeto prático desenvolvido em grupo que é apresentado como requisito de conclusão.

As minhas aulas abordaram o processo técnico do desenvolvimento de planejamento de comunicação e planejamento editorial para mídias sociais, além da inserção de temas como empreendedorismo, terceiro setor, financiamento coletivo, governo aberto, lei de acesso à informação, diversidade, entre outros. Todas as aulas foram baseadas em referências que eu sigo enquanto profissional, infelizmente não posso publicizar os slides, mas deixo abaixo a lista de blogs, profissionais, livros e cases que sugeri aos alunos.

BLOGS

PROFISSIONAIS

LIVROS

CASES

Vale ressaltar que o curso é gratuito, para saber das próximas datas acompanhe a Etec Cepam. 😉

Conheça as iniciativas de afroempreendedorismo

Na última terça-feira, dia nove, participei do workshop Startup A da Afrobusiness Brasil falando sobre mídias sociais como ferramenta de relacionamento para empreendedores. O evento contou também com as falas de Sérgio All – publicitário e um dos diretores da Afrobusiness – e da youtuber Patrícia Avelino.

Foto: Afrobusiness

Eu já havia falado sobre a Afrobusiness lá no Versátil RP, mas vale relembrar a importância dessa instituição. A associação tem como objetivo criar mecanismos de integração entre empreendedores, intraempreendedores e profissionais liberais negros, como foco no desenvolvimento econômico e de inclusão social desse grupo.

Objetivos que estão completamente alinhados com o contexto social de afroempreendedores no país. Segundo o relatório Donos de Negócios no Brasil: análise por raça/cor apresentado pelo Sebrae, há no Brasil 23,1 milhões de donos de negócios, dos quais 99% são empresas de micro e pequeno porte. Para o Pnad é considerado dono de micro e pequenos negócios aqueles que trabalham por conta própria sozinhos ou com sócio, mas não possuem empregados e aqueles que são empregadores de ao menos e somente um empregado. O relatório revela ainda que a porcentagem de donos de negócios autodeclarados pretos ou pardos cresceu 27% entre 2002 e 2012, resultando em 11,6 milhões de pessoas, número que representa 50% do total de donos de negócios.

Há ainda uma pesquisa sobre os participantes do Projeto Brasil Afroempreendedor (PBAE), encomendada pelo Instituto Adolpho Bauer (IAB) e pelo Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Ceabra), em convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) executada por pesquisadores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina com o objetivo de compreender o comportamento, perfil e os anseios dos empreendedores pertencentes ao PBAE, propor políticas públicas e avaliação institucional. O estudo apresenta a relação dos pesquisados com movimentos sociais e situações de racismo, sobretudo ao que se refere aos seus empreendimentos. Dentre as conclusões encontram-se apontamentos sobre a existência de redes solidárias, cooperação produtiva, combate ao racismo e valorização do orgulho negro e a internet entre os três principais canais de viabilização das atividades empresariais.

Como contei no post sobre a minha pesquisa de mestrado são temas e atividades que muito me interessam e na próxima semana estarei como ouvinte em mais dois eventos que acontecerão em São Paulo. Na quarta-feira, 17, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Inova Capital – Programa de Apoio a Empreendedores Afro-Brasileiros farão um encontro com lideranças dos Estados Unidos e do Brasil para um diálogo sobre iniciativas bem-sucedidas, aprendizados, desafios e oportunidades de ações para a valorização e o crescimento de negócios de alto impacto social. E na quinta-feira, 18, o Instituto Feira Preta e o Black Codes promovem o evento Desvendando os códigos do afro-empreendedorismo com apresentação de cases e uma roda de conversa com iniciativas em atuação, inclusive com presença da Afrobusiness.

Por fim, para quem se interessar pelo assunto mídias sociais para empreendedores, a apresentação já está disponível para consulta. 🙂

Curso – Por que postamos: a antropologia das mídias sociais

O curso Por que postamos: a antropologia das mídias sociais é um material gratuito e online da UCL (University College London) via UCLeXtend. Trata-se de uma jornada de cinco semanas (mas você  pode realizar as atividades em seu tempo) para expor os resultados de pesquisas antropológicas sobre o consumo de mídias sociais realizadas em diferentes localidades do mundo (Inglaterra, Turquia, Ilha de Trinidad, Brasil, Itália, Índia, Chile, China), além desse conteúdo também tem a oferta de leituras sugeridas, vídeos, fóruns, atividades práticas e interação com os demais participantes do curso.

Cada um dos nove pesquisadores envolvidos no projeto passou 15 meses observando, conversando e descrevendo o hábito dos moradores do local escolhido para fazer o trabalho de campo. O resultado desse processo é apresentado no decorrer do curso seguindo o roteiro: O que é antropologia das redes sociais?; Qual a aparência das mídias sociais?; O impacto das mídias sociais em política e gênero? e O desafio chinês.

Infográfico sobre sociabilidade escalonável.

Com tópicos específicos sobre abordagem acadêmica em mídias sociais, visibilidade social, selfie, memes, design de plataformas, debate sobre a moral e analfabetismo, política e gênero o material traz uma provocação bastante pertinente sobre a utilização das mídias. E é curioso notar a diferença entre os contextos estudados, como na Itália e China as mulheres tiram poucas fotos de si mesmas ou de outras pessoas nos ambientes, preferem fotografar paisagens, comidas ou compartilhar memes, tudo em detrimento da moral rígida de cada região.  Continue lendo

Mídias sociais e Filosofia – análise do documentário Catfish

Nos últimos meses do ano passado fiz um curso de extensão com uma proposta bastante interessante que une filosofia e novas tecnologias –  “A (des)construção da subjetividade nas mídias sociais” que tinha como base bibliográfica Michel Foucalt, com uma ênfase maior no que se refere aos conceitos de sujeito e subjetivação. Trata-se de pensar como as pessoas criam/recriam/determinam suas verdades na sociedade por meio do discurso, nesse curso o foco de análise foram as mídias sociais.

Para concluir o processo de pensar sobre o ambiente digital com base na filosofia fomos convidadas (pois só tinham mulheres na turma) a elaborar algum texto, análise, pesquisa ou qualquer outra coisa relacionada ao conteúdo ministrado em sala de aula. Pois bem, eu então, decidi analisar o documentário Catfish que conta a história de Nev Schulman e uma amizade virtual desenvolvida através da rede social Facebook, a ideia é tentar entender ou ao menos questionar como as ações online afetaram a vida dos envolvidos e ainda traçar um paralelo do comportamento atual nas mídias sociais.

O documentário fala da história decepcionante de Nev Schulman, 24 anos de idade – a personagem principal, com direção dos cineastas Ariel Schulman (irmão de Nev) e Henry Joost. Os três dividiam um escritório na cidade de Nova York, Nev é fotografo e os dois amigos trabalham com cinema. Quando uma amizade virtual, até então inocente, entre Nev e uma garota pintora chama atenção dos amigos cineastas que decidem acompanhar a trama com uma câmera nas mãos. Continue lendo