Conheça as iniciativas de afroempreendedorismo

Na última terça-feira, dia nove, participei do workshop Startup A da Afrobusiness Brasil falando sobre mídias sociais como ferramenta de relacionamento para empreendedores. O evento contou também com as falas de Sérgio All – publicitário e um dos diretores da Afrobusiness – e da youtuber Patrícia Avelino.

Foto: Afrobusiness

Eu já havia falado sobre a Afrobusiness lá no Versátil RP, mas vale relembrar a importância dessa instituição. A associação tem como objetivo criar mecanismos de integração entre empreendedores, intraempreendedores e profissionais liberais negros, como foco no desenvolvimento econômico e de inclusão social desse grupo.

Objetivos que estão completamente alinhados com o contexto social de afroempreendedores no país. Segundo o relatório Donos de Negócios no Brasil: análise por raça/cor apresentado pelo Sebrae, há no Brasil 23,1 milhões de donos de negócios, dos quais 99% são empresas de micro e pequeno porte. Para o Pnad é considerado dono de micro e pequenos negócios aqueles que trabalham por conta própria sozinhos ou com sócio, mas não possuem empregados e aqueles que são empregadores de ao menos e somente um empregado. O relatório revela ainda que a porcentagem de donos de negócios autodeclarados pretos ou pardos cresceu 27% entre 2002 e 2012, resultando em 11,6 milhões de pessoas, número que representa 50% do total de donos de negócios.

Há ainda uma pesquisa sobre os participantes do Projeto Brasil Afroempreendedor (PBAE), encomendada pelo Instituto Adolpho Bauer (IAB) e pelo Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Ceabra), em convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) executada por pesquisadores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina com o objetivo de compreender o comportamento, perfil e os anseios dos empreendedores pertencentes ao PBAE, propor políticas públicas e avaliação institucional. O estudo apresenta a relação dos pesquisados com movimentos sociais e situações de racismo, sobretudo ao que se refere aos seus empreendimentos. Dentre as conclusões encontram-se apontamentos sobre a existência de redes solidárias, cooperação produtiva, combate ao racismo e valorização do orgulho negro e a internet entre os três principais canais de viabilização das atividades empresariais.

Como contei no post sobre a minha pesquisa de mestrado são temas e atividades que muito me interessam e na próxima semana estarei como ouvinte em mais dois eventos que acontecerão em São Paulo. Na quarta-feira, 17, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Inova Capital – Programa de Apoio a Empreendedores Afro-Brasileiros farão um encontro com lideranças dos Estados Unidos e do Brasil para um diálogo sobre iniciativas bem-sucedidas, aprendizados, desafios e oportunidades de ações para a valorização e o crescimento de negócios de alto impacto social. E na quinta-feira, 18, o Instituto Feira Preta e o Black Codes promovem o evento Desvendando os códigos do afro-empreendedorismo com apresentação de cases e uma roda de conversa com iniciativas em atuação, inclusive com presença da Afrobusiness.

Por fim, para quem se interessar pelo assunto mídias sociais para empreendedores, a apresentação já está disponível para consulta. 🙂

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